…pois é, diz que sim! Há uns anos, uma intuição disse-me: “conta a tua história”. Não liguei… até porque nunca considerei que tivesse algo de muito relevante para dizer ao mundo. Sempre escrevi como forma de terapia para que pudesse libertar algumas das minhas apoquentações mas nunca, em momento algum, pensei em partilhá-las. Só que na verdade, num período mais confuso da minha vida em que tinha um sentimento profundo de não pertença, ler blogs ajudou-me a perceber que mais gente passava ou tinha passado pelo mesmo que eu. Ajudou-me nos meus momentos de solidão, porque percebi que as minhas questões eram as mesmas de outros e que era possível contornar obstáculos. E assim alarguei horizontes.

Há uns meses, num podcast, escuto algo que me fez ficar alerta: “Sê real! Conta a tua história!”
Escrevi a frase num caderno e de tempos a tempos, olhava para ela. Outra vez? Mas conto a minha história como? E para quem? Assim ficou…

No último ano, no meio do turbilhão que é a maternidade, tenho refletido imenso sobre as mudanças da vida, das nossas crenças, das nossas feridas de criança que ressaltam quando nos tornamos mães/pais. De como um acontecimento forte nos transforma. Como o Yoga tem sido o meu guia para me agarrar quando a dúvida, o medo e a insegurança querem ocupar um lugar de destaque. Mesmo não indo ao tapete com a mesma frequência que estava habituada, o Yoga nunca adormeceu em mim. Que é ok haver períodos em que não se está bem, que devemos abraçar essa sombra pois é apenas uma fase. Onde há sombra, há luz e nós estamos apenas num dos lados da mesma coisa. Tanta coisa que podia ser falada para alguém que em algum lugar poderia ajudar escutar.

Foi então que
“Sê real! Conta a tua história!” fez sentido para mim!

Também refleti sobre como poderia chegar a mais pessoas. Há muito tempo que sinto que as redes sociais estão repletas de ruído, conteúdo pouco ou nada absorvido e senti necessidade de sair da confusão e criar uma casa onde assentar. Então assim nasce este blog, um lugar recatado como forma de partilhar reflexões e assim talvez possibilitar a abertura de novos caminhos. Tudo o que escrevo acabam por ser artigos de opinião pois apesar de muitos livros e documentários serem a base para tudo, é depois da minha experiência e intuição que me leva à escrita. Não sei para onde irá este cantinho mas cada vez mais deixo que a vida guie o rumo a tomar.

Obrigada por estares aí e sente que este espaço também é teu.