O que é o Yoga?
“Yoga Chitta Vritti Nirodha”

Essa é definição que se encontra no 2º verso do 1º capítulo dos Yoga Sutras de Patanjalicompilação de fundamentos que servem de base a quem se quer aprofundar no estudo do yoga – que traduzindo do sânscrito significa:

Yoga é a Cessação das Oscilações da Mente.

Mas o que isso quer dizer?

Muita gente pensa que uma prática de yoga avançada é conseguir alcançar posturas difíceis, e aqui paira um grande equívoco. Yoga avançado é conseguir estar numa meditação constante onde conseguimos estar conscientes das nossas emoções e pensamentos sem nos envolvermos neles. Então, quando decidimos entregarmo-nos ao tapete, estamos a escolher começar esse caminho de meditação com movimento, através da fluidez das posturas, da consciência da respiração e da nossa presença em cada dia que é sempre diferente. 

Vamos desconstruir mais o tema.
Fala-se muito em meditação nos dias de hoje. Divulgam-se os seus benefícios e como é um remédio natural para a doenças que afetam as pessoas atualmente: stress e ansiedade. O problema que se coloca é como meditar quando vivemos numa sociedade que nos bombardeia constantemente com informações, ideias, obrigações, ruídos, cheiros. Fica difícil “desligar” de tudo para ficar imóvel, sem fazer absolutamente nada e apenas observar. A nossa mente está sempre agitada, envolvendo-nos em pensamentos e emoções que nos impedem de ver a vida na sua totalidade.

O Yoga enquanto escola e prática, é o caminho que se percorre para irmos ao encontro da nossa verdadeira natureza.

Ao nascermos, vimos num corpo. Enquanto somos bebés e crianças pequenas, estamos intimamente ligados aos nosso instintos: primeiro por sobrevivência fisiológica e depois, por sobrevivência emocional. Com o experienciar de sensações, emoções e explorando o lado social, começamos a desenvolver aquilo que chamamos de mente.  Rapidamente passamos a achar que somos esse corpo que habitamos e essa mente pensante. Desenvolvemos a nossa personalidade (ego), e ignoramos que por trás de tudo isto, existe uma consciência ou se quisermos chamar de outra forma, uma inteligência maior, a habitar em nós. Desconhecemos tal facto porque desde cedo a nossa mente é estimulada por factores externos que a fazem estar constantemente agitada e distraída.

É preciso então acalmá-la e também educa-la.

É neste contexto que entram as aulas de Yoga. Através da consciência tanto corporal com as posturas (asanas) como respiratória (pranayamas), e estimulando a concentração (Dharana), vamos entrando numa meditação dinâmica que, com a consistência e repetição, faz a agitação mental cessar. Quando a nossa mente cala, uma voz maior fala. E quando o Yogi – ou Yoginni – consegue encontrar a sua plenitude e assim permanecer, está então no verdadeiro estado de Yoga (União).

 

É este o fundamento do Yoga… regresso a casa. O encontro da nossa verdadeira essência e aí conseguir permanecer. Numa meditação constante. O estado de Yoga é percebido quando a mente está aquietada e sem agitação.

Agora que entendemos o “lado maior” da essência do Yoga, como chegamos até lá?

No Ocidente, acabamos por privilegiar a ligação ao nosso corpo, exercitando-o, libertando tensões e revitalizando-o a nível energético. Assim prevalece de forma mais comum, a pratica de Hatha Yoga, onde se usa bastante o corpo para alcançar níveis de serenidade mais profundos. Dentro do Hatha Yoga, existem inúmeros métodos diferentes mas com um objetivo comum: alcançar um estado neutro e assim conseguir permanecer.

O “Caminho do Yoga” subdivide-se em 8 Ramos que todo o yogi se deve aprofundar o longo de toda a sua jornada de auto-conhecimento, até conseguir o último estágio, Samadhi. São eles:

  • Yamas: Reflexões sobre princípios éticos que influenciam a nossa relação com os outros;
  • Nyamas: Normas de conduta pessoais, aquilo que podemos fazer para nos melhorar enquanto indíviduos;
  • Asana: Onde aprendemos a entrar, permanecer e desfazer as posturas físicas, e também a compreender as suas mensagens e benefícios;
  • Pranayama: Técnicas e controle da energia subtil do nosso corpo (prana) através da nossa respiração;

  • Pratyahara: A Abstração dos Sentidos, significa conseguir que sons, cheiros, movimentos exteriores, não interfiram no nosso estado de calma;
  • Dharana: Desenvolver a concentração.
  • Dhyana: Assim conquistamos a capacidade da meditação.
  • Samadhi: A conquista do estado de consciência pura.
Se tudo isto suscitou curiosidade em ti, convido-te a te juntares à prática através das aulas onde tudo isto é abordado e explorado.