“Aquele que ensina e aquele que aprende criam juntos a sabedoria”
(Provérbio Oriental)
“Aquele que ensina e aquele que aprende
criam juntos a sabedoria”
(Provérbio Oriental)
Aulas de Yoga acessíveis a todos
Muita gente pensa que uma prática de yoga avançada é conseguir alcançar posturas difíceis, e aqui paira um grande equívoco. Yoga avançado é conseguir estar numa meditação constante onde conseguimos estar conscientes das nossas emoções e pensamentos sem nos envolvermos neles. Então, quando decidimos entregarmo-nos ao tapete, estamos a escolher começar esse caminho de meditação com movimento, através da fluidez das posturas, da consciência da respiração e da nossa presença em cada dia que é sempre diferente.
Vamos desconstruir mais o tema.
Fala-se muito em meditação nos dias de hoje. Divulgam-se os seus benefícios e como é um remédio natural para a doenças que afetam as pessoas atualmente: stress e ansiedade. O problema que se coloca é como meditar quando vivemos numa sociedade que nos bombardeia constantemente com informações, ideias, obrigações, ruídos, cheiros. Fica difícil “desligar” de tudo para ficar imóvel, sem fazer absolutamente nada e apenas observar. A nossa mente está sempre agitada, envolvendo-nos em pensamentos e emoções que nos impedem de ver a vida na sua totalidade.
O Yoga enquanto escola e prática, é o caminho que se percorre para irmos ao encontro da nossa verdadeira natureza.
Ao nascermos, vimos num corpo. Enquanto somos bebés e crianças pequenas, estamos intimamente ligados aos nosso instintos: primeiro por sobrevivência fisiológica e depois, por sobrevivência emocional. Com o experienciar de sensações, emoções e explorando o lado social, começamos a desenvolver aquilo que chamamos de mente. Rapidamente passamos a achar que somos esse corpo que habitamos e essa mente pensante. Desenvolvemos a nossa personalidade (ego), e ignoramos que por trás de tudo isto, existe uma consciência ou se quisermos chamar de outra forma, uma inteligência maior, a habitar em nós. Desconhecemos tal facto porque desde cedo a nossa mente é estimulada por factores externos que a fazem estar constantemente agitada e distraída.
É preciso então acalmá-la e também educa-la.
É neste contexto que entram as aulas de Yoga. Através da consciência tanto corporal com as posturas (asanas) como respiratória (pranayamas), e estimulando a concentração (Dharana), vamos entrando numa meditação dinâmica que, com a consistência e repetição, faz a agitação mental cessar. Quando a nossa mente cala, uma voz maior fala. E quando o Yogi – ou Yoginni – consegue encontrar a sua plenitude e assim permanecer, está então no verdadeiro estado de Yoga (União).
É este o fundamento do Yoga… regresso a casa. O encontro da nossa verdadeira essência e aí conseguir permanecer. Numa meditação constante. O estado de Yoga é percebido quando a mente está aquietada e sem agitação.
O que iniciamos no tapete, levamos depois para a vida.
Começamos?
Começamos?
Ok, agora que entendemos o “lado maior” da essência do Yoga, como chegamos até lá?
Aqui no Ocidente, acabamos por privilegiar a ligação ao nosso corpo, exercitando-o, libertando tensões e revitalizando-o a nível energético. A prática de Yoga no tapete, consiste numa viagem muito pessoal pelo que a experiência será diferente de pessoa para pessoa. A regularidade desenvolve a consciência respiratória abrindo caminho a um lugar mais calmo para a mente estar. Criamos uma maior tonificação muscular ao mesmo tempo que vemos a flexibilidade aumentar, o que significa que tornamo-nos pessoas com melhor mobilidade. A circulação sanguínea melhora e o sistema endócrino (responsável pela produção de hormonas) equilibra-se, refletindo-se num maior estabilidade emocional, menos stress, menos ansiedade, menos irritabilidade e melhores noites de sono. Escusado é dizer, que o sistema imunitário sai mais fortalecido e nós ficamos mais saudáveis. Esses serão os benefícios palpáveis, os que iremos ver, mas se formos consistentes vamos nos sentir a mudar também interiormente.
Com tempo. Sem pressas. No ritmo de cada um.
Nas aulas todos são bem-vindos: homem ou mulher, novo ou mais velho, fisico atlético ou mais fora de forma. Acredito num Yoga para todos, de profunda inclusão. Se o objetivo primordial é União – na minha visão, a vários níveis – que sentido faz existir separação? As aulas são sempre adaptadas a quem chega, independentemente do nível em que está. São dadas diversas opções nas posturas, e alternativas a quem possa ter alguma condicionante. O mais importante é que para todos possam desfrutar do seu momento. Não seguem uma linha específica nem qualquer tipo de dogma. Cada aula é uma surpresa. Pode ser mais fluida e dinâmica, ou mais suave e relaxante. De mais técnica a fortalecimento muscular, ou meditativa levando-nos para a reflexão e observação.
Da mesma forma que também nós não somos uma única coisa, também as nossas aulas não o são.
*Nota: o 8º ramo é Samadhi, a iluminação, a libertação, o objetivo do yoga. Samadhi não se pratica, conquista-se. “Savasana” é o nome da postura do relaxamento e esta sim pode ser abordada em aulas.